Itambé,
estás fazendo 89 Anos de Emancipação Política. Além de felicitar o teu povo,
pareceu ao “O Arauto” importante refletir sobre a data.
A idade de
cidades é diferente da idade das pessoas. Enquanto Salvador é uma cidade idosa,
tu és ainda uma criança. Tua vida não é ainda um “mare magnum” de
acontecimentos, mas um filete de memórias que irá engrossar ao longo da sua
história.
Sair da
condição de Villa do Verruga te trouxeste tantos benefícios que tornaram
a nossa vida mais fácil e cômoda. Trouxeste-nos a Paróquia de São
Sebastião, a Prefeitura, a
Câmara e a Comarca; Melhorastes-nos a rede de ensino público e particular; Conscientizaste-nos
para a importância das nossas riquezas, a Pecuária, a Agricultura e o Minério;
crescestes-nos o comércio interno e externo; Despertastes-nos para a
importância da indústria, da comunicação; suscitou-nos a urbanização, a
eletrificação e a construção de estradas, etc.
Ao longo
desses anos não cresceste, sem dúvida, como tantas nossas similares na Bahia e
no Brasil. Mas nem por isto lamentaste tua situação. Há urbes
similares no Brasil e no mundo inteiro que pouco ou quase nada
desenvolveram materialmente. No entanto, são modelos de beleza, organicidade
e qualidade de vida.
Crescer como
tantas megalópoles modernas não é saudável para nenhum povo cioso de suas
tradições e bem estar religioso, físico e cultural. È inchar e tornar seu
povo uma massa inerte como as areias da praia. É perder sua peculiaridade e
identidade cultural. Graças a Deus o progresso doentio e desordenado não
bateram às tuas portas. Em conseqüência, ficaste livre do
anonimato, da violência assustadora dos grandes centros, do
inchamento e das balas perdidas, etc.
Queremos
para ti um desenvolvimento e crescimento com a tradição na feliz expressão que
te dás o grande Papa Pio XII na Alocução ao Patriciado e à Nobreza Romana de
1944:
"Na força da tradição, a juventude, iluminada e guiada pela
experiência dos anciãos, avança com passo mais seguro, e a velhice transmite e
entrega confiante o arado a mãos mais vigorosas, que continuam o sulco já
iniciado. Como indica o seu nome, a tradição é um dom que passa de geração em
geração; é a tocha que, a cada revezamento, um corredor põe na mão do outro, e
confia-lha sem que a corrida pare ou diminua de velocidade. Tradição e
progresso reciprocamente completam-se com tanta harmonia que, assim como a tradição
sem o progresso se contradiria a si mesma, assim também o progresso sem a
tradição seria um empreendimento temerário, um salto no escuro.”
Pontífice
reinante, o Papa Francisco, certamente, compartilha com o pensamento do Papa do
Dogma da Assunção de Maria aos Céus de corpo e alma.